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Tô condenado"); e à obra ''Macunaíma'', de Oswald de Andrade ("Macunaíma decorando a arte"). O refrão central do samba faz alusão à Hélio Oiticica e cita uma de suas mais importantes obras, o parangolé, criado a partir do envolvimento do artista com a escola de samba e o Morro da Mangueira ("Coração balançou, muito samba no pé / Lá no morro nasceu nosso parangolé / A revolta se fez, a semente brotou / Quem vestiu coloriu... Por ai se espalhou"). A segunda parte do samba começa fazendo referência ao movimento musical tropicalista, capitaneado pelos baianos Gilberto Gil e Caetano Veloso ("Ê, Bahia... É lindo o movimento musical"). A Tropicália misturava tradições brasileiras com tendências estrangeiras da época ("E segue a massa pra viver essa aventura / Quanta mistura... Intercâmbio cultural"). O samba ainda faz alusão ao Manifesto Antropofágico ("Degustar e consumir foi a opção"); e à Ditadura Militar Brasileira, que através do AI-5, pôs fim à Tropicália ("Tantas flores no jardim / Encarando a opressão"). O refrão principal do samba cita as músicas "Aquele Abraço", uma espécie de "despedida" de Gilberto Gil antes do cantor se exilar da ditadura brasileira; e "Pra não Dizer que não Falei das Flores", também conhecida como "Caminhando", considerada um hino de resistência à ditadura ("Alô, povo brasileiro... Aquele abraço / Caminhando deixo o sonho me levar / A esperança que brilha no meu olhar / É o segredo dessa vida").,O samba da Mocidade descreve uma viagem imaginária da escola ao Marrocos, fazendo ligações entre o país africano, tema do enredo, e o Brasil. A letra do samba começa com o narrador promovendo um encontro entre Alah (representando o Islamismo, religião oficial do Marrocos) e Xangô (orixá cultuado nas religiões afro-brasileiras): "Fui ao deserto roncar meu tambor / Pra Alah conhecer meu Xangô". No deserto marroquino, aparece a miragem de um ''halaki'', um contador de histórias ("De repente a miragem aparece / Na praça, um senhor, contando histórias de amor / Eu fui pra lá de Marrakesh"). O trecho também faz uso da expressão popular "pra lá de Marrakesh", presente no título do enredo. Além de Marraquexe, outra cidade marroquina citada no samba é El Jadida que, na obra, é comparada com a Zona Oeste carioca, região do Rio de Janeiro onde fica a Mocidade ("Minha Zona Oeste comovida de paixão / És minha El Jadida, meu teatro de ilusão"). Em sua ilusão, o narrador vê Iemanjá no Estreito de Gibraltar ("Tanto assim que o meu olhar / Vê no mar de Gibraltar / Sereia, dama das areias de Iemanjá"). No trecho seguinte, o samba continua relacionando símbolos do Marrocos com o Brasil. Deserto e oásis marroquinos são comparados ao sertão e rincão brasileiros ("Teu deserto, meu sertão / Teu oásis, meu rincão"). Instrumentos musicais, o alaúde, liga ao Marrocos, é relacionado ao ganzá brasileiro ("Vadeia... Mistura alaúde com ganzá"). O "falso refrão" central do samba faz referência à coleção de histórias e contos populares originárias do Médio Oriente e do sul da Ásia ''As Mil e Uma Noites'', citando personagens da história como Aladim e Simbad, e a expressão mágica "Abre-te sésamo", presente na história de Ali Babá e os Quarenta Ladrões ("Abre-te sésamo que o samba ordenou / Mil e uma noites de amor / Põe Aladim no agogô, tantan nas mãos de Simbad / Meu ouvido é de mercador"). A expressão "ouvido de mercador" é utilizada para fazer referência aos mercados populares de Marraquexe, chamados de souks. Na repetição do falso refrão, o narrador compara o Deserto do Saara com a região de comércio no Centro do Rio, popularmente conhecida como Saara ("Abre-te sésamo que o samba ordenou / Mil e uma noites de amor / É o Saara de lá com o Saara de cá / Minha Mocidade chegou"). A Mocidade retorna da viagem ao Marrocos ("Chegou... chegou, de Padre Miguel, a candeia / A caravana de além mar retorna a nossa aldeia") e leva consigo um mensagem de paz, tolerância e união entre os povos ("Ó, meu Brasil, abrace a humanidade / És a pátria-mãe gentil da amizade"). O refrão principal do samba continua a brincadeira de cruzar símbolos do Brasil e de Marrocos. O Cruzeiro do Sul presente na Bandeira Brasileira é visto no "céu" de Sherazade, personagem das ''Mil e Uma Noites'' ("Brilha o Cruzeiro do Sul no Oriente de Alah / Céu de Sherazade"). O narrador também cita a comunidade da escola em Vila Vintém, e convida a escola à sonhar com o Marrocos ("Vem pro Marrocos, meu bem / Vem minha Vila Vintém... / Sonha Mocidade")..

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Tô condenado"); e à obra ''Macunaíma'', de Oswald de Andrade ("Macunaíma decorando a arte"). O refrão central do samba faz alusão à Hélio Oiticica e cita uma de suas mais importantes obras, o parangolé, criado a partir do envolvimento do artista com a escola de samba e o Morro da Mangueira ("Coração balançou, muito samba no pé / Lá no morro nasceu nosso parangolé / A revolta se fez, a semente brotou / Quem vestiu coloriu... Por ai se espalhou"). A segunda parte do samba começa fazendo referência ao movimento musical tropicalista, capitaneado pelos baianos Gilberto Gil e Caetano Veloso ("Ê, Bahia... É lindo o movimento musical"). A Tropicália misturava tradições brasileiras com tendências estrangeiras da época ("E segue a massa pra viver essa aventura / Quanta mistura... Intercâmbio cultural"). O samba ainda faz alusão ao Manifesto Antropofágico ("Degustar e consumir foi a opção"); e à Ditadura Militar Brasileira, que através do AI-5, pôs fim à Tropicália ("Tantas flores no jardim / Encarando a opressão"). O refrão principal do samba cita as músicas "Aquele Abraço", uma espécie de "despedida" de Gilberto Gil antes do cantor se exilar da ditadura brasileira; e "Pra não Dizer que não Falei das Flores", também conhecida como "Caminhando", considerada um hino de resistência à ditadura ("Alô, povo brasileiro... Aquele abraço / Caminhando deixo o sonho me levar / A esperança que brilha no meu olhar / É o segredo dessa vida").,O samba da Mocidade descreve uma viagem imaginária da escola ao Marrocos, fazendo ligações entre o país africano, tema do enredo, e o Brasil. A letra do samba começa com o narrador promovendo um encontro entre Alah (representando o Islamismo, religião oficial do Marrocos) e Xangô (orixá cultuado nas religiões afro-brasileiras): "Fui ao deserto roncar meu tambor / Pra Alah conhecer meu Xangô". No deserto marroquino, aparece a miragem de um ''halaki'', um contador de histórias ("De repente a miragem aparece / Na praça, um senhor, contando histórias de amor / Eu fui pra lá de Marrakesh"). O trecho também faz uso da expressão popular "pra lá de Marrakesh", presente no título do enredo. Além de Marraquexe, outra cidade marroquina citada no samba é El Jadida que, na obra, é comparada com a Zona Oeste carioca, região do Rio de Janeiro onde fica a Mocidade ("Minha Zona Oeste comovida de paixão / És minha El Jadida, meu teatro de ilusão"). Em sua ilusão, o narrador vê Iemanjá no Estreito de Gibraltar ("Tanto assim que o meu olhar / Vê no mar de Gibraltar / Sereia, dama das areias de Iemanjá"). No trecho seguinte, o samba continua relacionando símbolos do Marrocos com o Brasil. Deserto e oásis marroquinos são comparados ao sertão e rincão brasileiros ("Teu deserto, meu sertão / Teu oásis, meu rincão"). Instrumentos musicais, o alaúde, liga ao Marrocos, é relacionado ao ganzá brasileiro ("Vadeia... Mistura alaúde com ganzá"). O "falso refrão" central do samba faz referência à coleção de histórias e contos populares originárias do Médio Oriente e do sul da Ásia ''As Mil e Uma Noites'', citando personagens da história como Aladim e Simbad, e a expressão mágica "Abre-te sésamo", presente na história de Ali Babá e os Quarenta Ladrões ("Abre-te sésamo que o samba ordenou / Mil e uma noites de amor / Põe Aladim no agogô, tantan nas mãos de Simbad / Meu ouvido é de mercador"). A expressão "ouvido de mercador" é utilizada para fazer referência aos mercados populares de Marraquexe, chamados de souks. 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